Thursday, January 31, 2008

Amigo/as da Cultura

Leiam e subscrevam o texto do/as amigo/as da cultura, AQUI.
por.que.
Coimbra é hoje uma cidade amarfanhada do ponto de vista cultural(...)
E é sobretudo muito triste que Coimbra continue espartilhada nesta forma de encarar a actividade cultural e a criação artística e amarrada a uma tão grande incompreensão sobre o papel destas actividades no desenvolvimento das pessoas e da comunidade.(...)
Para dizer que já chega. Para mostrar que não aceitamos com naturalidade a redução sistemática das verbas destinadas à cultura. Para apelar a uma urgente inversão de rumo (...)

Wednesday, January 30, 2008

: e depois disse-lhe que tinha os olhos muito verdes

-

algas encarquilhadas nas pupilas giratórias do por vir

-

perdem invernos inteiros na mudança da cor

-


: e depois apareceu
o autocarro

Thursday, January 24, 2008

estratégia de sobrevivência

olho para a janela que-
olha para o gato que-
olha para o pássaro que-
olha para a minhoca que-
olha para mim-
com hálito a terra molhada e detritos antigos
e uma interrogação de cerdas em forma de anel
a deslizar pelo ventre destes dias de húmus

que-
um casulo cheio de ovos deixa a embalar o solo.

olha que-
pequenos vermes

Monday, January 21, 2008

viagem nas entranhas do mundo sentado

ana B poetiza-se no Brasil.
A Confraria do Vento tem alojados os poemas da ana B aqui.
entretanto:

havia uma viagem nas entranhas do mundo sentado // da espera // da antiguidade da pele*


e as articulações regiam-se pela espécie mais oculta
dos líquidos


a equação do malabarismo embrenhava a artífice do sono


na arqueologia descoberta das línguas dedilhadas // da bactéria gramatical // do perigo sossegado-sussurrado #


até a entrada nos pórticos salgados dos últimos continentes ligeiramente despertos/dispersos


na gestação dos imensos ombros acessos



* escolher uma ou várias

# adicionar mais


ana B

Saturday, January 19, 2008

O.M.O (Óptimo para Mulheres Oblíquas)*

agora ela sabe que.

agora ela sabe que.
é mais branco

agora ela sabe que.
é mais branco e lava melhor

agora ela sabe que.
os utensílios de cozinha servem para abotoar os olhos

agora ela sabe que.
a roupa passa-lhe os dias a ferro e amarrota-lhe os estames.

agora ela sabe que.
um mau passo faz coxear todo o vestido
e a estafa da boca é uma torneira cansada de ácaros e unguentos

agora ela sabe que.
o processo de ascensão é encardido
acaba e começa nas unhas

agora ela sabe que.
omo é a solução
e o sorriso é uma linha torta com espuma activa
que faz com que tudo se endireite


* NB: este poema deve ser esfregado aqui.

Monday, January 14, 2008

Desregresso

duas mil e oito formas de dizer adeus

definidas pela liquidez da contagem dos dias

permeáveis por dentro

alimentam-se de especiarias, flores, chocolates

e maçãs podres


às vezes riem-se à desgarrada
nervosinhas
inseguras
.
desregresso-me aí.