Saturday, May 21, 2011

30 anos da Aministia Internacional em Portugal (1)

não podendo, falamos assim.
violações de direitos humanos:
um álbum de viagens e outros materiais
de desaparecimentos sucessivos

um monge tibetano que irradia
resistências à “ocupação”
dos temas da tortura e da morte
e dos massacres glocais a abocanhar em desequilíbrios

sobre o próprio país:
não podendo, falamos assim.
: era uma exposição de cartazes comprometidos
com as autoridades com a opinião pública com os contactos iniciais com os simpatizantes com os primeiros grupos com  as  voluntários com os activistas com os apoiantes com as pessoas que integram as estruturas

e nós próprios, muito diferentes uns dos
outros

lembra-se de vários prisioneiros chineses e das cartas onde colaram o
eléctrico que percorreu toda a Lisboa em sessões de esclarecimento
periodicamente visitados pelo encarregado das estruturas a pedir
mais um modo de ser
activista

ficou sempre. ficou sempre. ficou sempre em bancas de rua em feiras
e na embaixada e na estranheza de tudo aquilo.



(1) texto escrito no âmbito das comemorações dos 30 anos da Amnistia Internacional. texto performado com Rute Oliveira, enquanto "Oficina de Poesia", a 18 de Maio de 2011, na Fábrica Braço de Prata (Lisboa). Aqui 

Blood at the crossroads (2)

Blood at the Crossroads

a fornecer
a fomentar
a Transferir
a alcançar
a possibilitar
a desalojar
a persistir
a excluir
a escalar
a alagar a alagar a alagar

Blood at the Crossroads
 
algemas fixas de parede
algemas metálicas de dedos
“punhos” e “mangas” de 50.000V
minas
helicópteros
aviões bombardeiros
veículos blindados
camiões

Blood at the Crossroads
a Guerra é um Brinquedo
da Praça do Império,
das variações e falhas dos Taser
da regulação do comércio global de armas pelas falsas luzes verdes

Blood at the Crossroads
carnificina para fechar os olhos
as crianças climáticas a envelhecer pelos poros traficados
as mãos indígenas corrigidas em refinarias de alumínio
os olhos reprodutíveis para desenvolvimento comercial eriçado
a dizer adeus às coisas lá de cima

Blood at the Crossroads
habitações para abrir a fala de Mindjeris
e os pesticidas a preparar películas e discursos para o dia mundial
da água com

Blood at the Crossroads






(2) texto escrito no âmbito das comemorações dos 30 anos da Amnistia Internacional. texto performado com Rute Oliveira, enquanto "Oficina de Poesia", a 18 de Maio de 2011, na Fábrica Braço de Prata (Lisboa). Aqui