Thursday, October 11, 2007

101º

de repente os dedos deram .um nó. sobre si mesmos e ficaram .amarrotados. a pensar que eram roupa suja foram esconder-se dentro da máquina de lavar que os tingiu de vermelho porque alguém se esqueceu da boca. um dos mecanismos de vermelho. e ficaram a pensar que eram amor. forraram a pele fosca pela fractura dos fardos .fêmea. estendida sob um ensinamento de sóis. derreteram.
a grande caixa cardíaca abriu-se de corvos
depois.
ardeu a noite toda

6 comments:

Andreia said...

Ficou o dia ;)
Beijinho *

Menina Limão said...

gostei muito muito muito muito do que escreveste.

(como já tinha gostado do poema seleccionado.)

couve-flor. said...

só tu.
mesmo.

rita grácio said...

andreia: obrigada pela luz do dia que me trouxeste,e tens trazido, com as tuas palavras, depois de uma noite escura demais, sabe ainda melhor.*
menina limão: também gostei muito muito muito muito do trabalho com os poemas seleccionados! :)
martinha: como dizia o outro, eu sou eu mais a minha circunstancia, e a minha circunstancia é tudo o que me rodeia, presenças e ausências, presenças temporariamente ausentes, e ausências temporariamente presentes. *

nuno said...

Não sei bem pq é assim... mas nunca gostei de comentar palavras dizendo que estão fantásticas ou brilhantes ou inspiradoras...

Por isso surge sempre uma imagem que nelas se enrosca...

Gosto muito do interseccionismo de Pessoa... dos paús... do que se sobrepõe... dos genes que destroçam códigos...

Talvez seja por isso que me imiscuo em sonhos alheios... :)

Mas não posso mesmo deixar de dizer... Muito... muito bom o que escreves...

Beijos

rita grácio said...

obrigada nuno* também gosto desse gesto derivativo: reagir a palavras-imagem com outras palavras-sentidos :)