Monday, July 11, 2011

do calcário na garganta


sobre a desigualdade dos dedos da mão
o exame químico das vísceras acusa
três casos de abóbadas abertas em torneiras para
um poço local e azedo

tenho na minha mão elementos de transparências minúsculas
sob a luz de Wood
os dados atravessados em azar
e quedo-me sucessivamente em viagens de vidro partido

há uma raiva arregaçada em cada
perícia por mutilação de magnólias

. se eu fosse odienta como algumas, disse por último a última pessoa
a fechar-se num envelope explosivo corado de mesclado violeta.

Monday, July 04, 2011

Juno. The movie.


lobos e corujas habitam o meu corpo

no precipício violento das janelas excessivas

os micróbios são um dos mais poderosos elementos de transformação da matéria

e nisto

o “calculador de improbabilidades” moveu todos os eléctricos azuis – arrumados, parados, avariados, cansados –

que agora atravessam os paradigmas sépticos, mesmo cépticos, embrulhados e tudo, em papel celofane

atravessam-nos em infiltrações celulares e desconcertos quânticos até aos ossos

fica-me o calcário todo na garganta

o medo a encarquilhar o caminho pré-moderno-com-cheiro-a-terra-molhada

mastigo as urtigas que sobram das orações maias e dos palácios emplumados

e os retratos desnecessários mordem-me nos bolsos da memória e permanecem-me

. “não podendo, falamos assim”

. orceína neutra, sol, vermelho policrómico, mar, relações de tecido e sobretudo

gelado de romã e pêssego branco com um toque de flor de laranjeira

.ou o que preferires