quero um poema violento
como um livro todo
de Dostoievski quando
lido aos 15 anos.
não está na moda ser
pós-moderna
mas dou-te a minha
palavra.
ainda não se vê a boia
avistamos a espera
a rede
e a tua mão a fazer-se
o carapau que vai sair do
mar
e a tua mão como os teus
olhos a fazer-se
também palavra
a medida de todas as
coisas
e os amigos que comovem
quando perguntam
por nós
quando vêm ver
de nós
e o amor por Ela
uma engrenagem cardíaca
repetidamente vermelha
na boca, nas pernas, nas
fotografias
e a ausência Dela
um lamento amortecido a
trémulas mãos
já que não vamos embora
deste quarto verde onde
vive a mentira
vou contar mais uma
história.
a missão de alguns é
fazer portas
a dela é fazer sangue
neles.
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