Tuesday, September 11, 2007

A propósito do 11 de Setembro ou os mortos que não figuram no jornal

O desabamento das Torres Gémeas ficará para sempre gravado na nossa memória: o grande ícone americano em chamas, a ruir, pessoas a atirarem-se dos edifícios, o desespero de todos e de todas, as cinzas... E esta memória global do 11 de setembro é possível pela imensa cobertura mediática do acontecimento. o "11 de Setembro" foi um dia. Como nomear a chacina, activa e passiva, de milhões de pessoas por todo o mundo, todos os dias? Com a Guerra do Vietname cria-se uma "tele-intimidade" com a morte, e a destruição; e o nosso conhecimento das guerras passa a ser um produto do impacto das imagens (paradas ou em movimento) que nos chegam através dos media. Mas nem todas as guerras a acontecer ou acontecidas têm o mesmo "direito de imagem", é preciso que seja uma guerra excepcional. E esta foi uma excepção. Hoje evocam-se as vítimas do 11 de setembro, as "vítimas inocentes do terrorismo". A propósito do 11 de Setembro, eu evoco as outras vítimas, aquelas de quem não se nomeia o carrasco, os mortos que não figuram no jornal.

5 comments:

Pedro said...
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Pedro said...
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Pedro said...

Desabamento?

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-- Section V of Rebuilding America's Defenses, entitled "Creating Tomorrow's Dominant Force", includes the sentence: "Further, the process of transformation, even if it brings revolutionary change, is likely to be a long one, absent some catastrophic and catalyzing event––like a new Pearl Harbor"

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rita grácio said...

Eu não insinuei que o desabamento foi acidental, apenas queria relevar o aspecto visual do que ficou conhecido por "9/11". e não foi por acaso que escondi as vítimas inocentes do terrorismo entre aspas. :P

Pedro said...

Exacto, era só para reforçar a ideia. :) ***