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as lágrimas lavraram as feridas exangues
e percebi-me uma geometria de sólidos e gestos áridos
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lambi-me na solidão das magnólias brancas
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um candeeiro apagado
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a morrer-se com a última estrela
numa desistência de luzes
ter, não ter, perder, encontrar, voltar a perder... uma tampa de caneta
já nem cabia na mala
ficava uma história com a gola a pender, ou uma pata de fora ou desgastavam-se os punhos de um provérbio sem botões
de punho
E depois ninguém podia dizer que fora por sua culpa que se perderam os mitos dos grandes ómens civilizadores educadores e desoutrificadores
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pois não cabiam na mala-que-não-cabia
no porão
que era imenso e de ébano.
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nem soprando no café confinado à chávena de retalhos de louça de Guell
poderia perceber a origem dos furacões
quanto mais a teimosia da mala onde não coubera – cabia – exígua -
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ainda pensou na decantação da violeta de cristal por meio de um composto
orgânico
não
restava-lhe apenas
o cheiro a canela
açafrão
cardamomo
restava-lhe apenas
vestir o velho trajecto das especiarias
e entrar no caleidoscópio
. nú