* O Solsticio de Inverno acontece anualmente no período que varia de 17 a 25 de dezembro, dependendo do ciclo solar de cada ano. Os raios solares incidem perpendicularmente à terra na linha do Trópico de Câncer.
Sunday, December 24, 2006
Feliz Solstício para tod@s!
Este blog pede a todos os consumidores de Natal que reciclem os embrulhos dos presentes.
Desde já muito obrigada.
Votos de um feliz solstício de inverno.*
* O Solsticio de Inverno acontece anualmente no período que varia de 17 a 25 de dezembro, dependendo do ciclo solar de cada ano. Os raios solares incidem perpendicularmente à terra na linha do Trópico de Câncer.
Tuesday, December 19, 2006
Antes de mais
"(...) a poesia, que não nos interessa rigorosamente nada, move-nos de quando em quando. Temos de nos distrair da morte e não sabemos muito bem como. Talvez assim".
Manuel de Freitas
revista Telhados de Vidro, nº1. edições Averno.
Thursday, December 14, 2006
Tuesday, December 12, 2006
Monday, December 11, 2006
Sunday, December 10, 2006
Saturday, December 09, 2006
Conversa na paragem do autocarro
(sr-que-aparenta-cerca-de-65-anos, dirigindo-se a outros senhores e senhoras, uns quatro, que aparentam a mesma idade. estão todos à espera do autocarro há 30 minutos. é feriado. É inverno, e dá-se a circunstância de não chover no momento).
- isto só acontece porque os governantes são uns totós! é preciso é gente nova, com ideias!
- isso de serem novos... é preciso é gente sensata.
- são é uns totós. como o nosso presidente da junta... Aquele... uma pessoa tem de falar. Agora temos liberdade. não é como dantes. e se temos liberdade, temos de falar!
-pois, mas também não resolve nada.
- pois, se em vez de irem à missa, bater com a mão no peito, fossem reivindicar, ia toda a gente à junta, isto não ficava assim
-olhe que ir à missa não faz mal nenhum. uma pessoa fica de consciência tranquila. não faz mal nenhum
-não disse que fazia mal (entredentes): mas bem não faz...
- acho que vou é a pé!
- o autocarro está a chegar!
-ó minha senhora, já podia ter dito antes. (risos).
(sr-que-aparenta-cerca-de-65-anos, dirigindo-se a outros senhores e senhoras, uns quatro, que aparentam a mesma idade. estão todos à espera do autocarro há 30 minutos. é feriado. É inverno, e dá-se a circunstância de não chover no momento).
- isto só acontece porque os governantes são uns totós! é preciso é gente nova, com ideias!
- isso de serem novos... é preciso é gente sensata.
- são é uns totós. como o nosso presidente da junta... Aquele... uma pessoa tem de falar. Agora temos liberdade. não é como dantes. e se temos liberdade, temos de falar!
-pois, mas também não resolve nada.
- pois, se em vez de irem à missa, bater com a mão no peito, fossem reivindicar, ia toda a gente à junta, isto não ficava assim
-olhe que ir à missa não faz mal nenhum. uma pessoa fica de consciência tranquila. não faz mal nenhum
-não disse que fazia mal (entredentes): mas bem não faz...
- acho que vou é a pé!
- o autocarro está a chegar!
-ó minha senhora, já podia ter dito antes. (risos).
Friday, December 08, 2006
Thursday, December 07, 2006
Wednesday, December 06, 2006
Monday, December 04, 2006
MATÉRIA DE POESIA
18h
foyer do TAGV, Coimbra
“Matéria de Poesia” — espectáculo-recital construído a partir de poemas dos autores de língua portuguesa Adélia Prado, Manoel de Barros, Carlos de Oliveira e Alexandre O’Neill.
Direcção: António Augusto Barros
Elenco: Carlos Marques, Maria João Robalo, Ricardo Correia, Sílvia Brito e Sofia Lobo
Produção: A Escola da Noite
Thursday, November 30, 2006
António Ramos Rosa, sobre o seu livro Poesia, Liberdade Livre (1962)
(cujo título se refere a uma expressão de Rimbaud):
"esse livro estava uma vez numa livraria de Faro e um agente PIDE apreendeu-o, mandou-o para a Censura; terá pensado que liberdade livre não era liberdade condicional, portanto devia ser alguma coisa contra o fascismo. A Censura não lhe encontrou nada de político nem de subversivo e devolveu o livro à procedência. Fiquei decepcionado!"
António Ramos Rosa, p. 71
in Silva, Maria Augusta (2004) Poetas Visitados. Porto: Edições Caixotim.
(cujo título se refere a uma expressão de Rimbaud):
"esse livro estava uma vez numa livraria de Faro e um agente PIDE apreendeu-o, mandou-o para a Censura; terá pensado que liberdade livre não era liberdade condicional, portanto devia ser alguma coisa contra o fascismo. A Censura não lhe encontrou nada de político nem de subversivo e devolveu o livro à procedência. Fiquei decepcionado!"
António Ramos Rosa, p. 71
in Silva, Maria Augusta (2004) Poetas Visitados. Porto: Edições Caixotim.
Wednesday, November 29, 2006
Sunday, November 26, 2006
do princípio do mundo até ao fim do mundo
Querido Cesariny (mário) de Vasconcelos:
tu, que me disseste um dia "ama como a estrada começa"
tu que fazes o "exercício espiritual" de "dizer rosa em vez de ideia", de dizer "azul em vez de pantera", de "dizer o mundo em vez de um homem"
tu que vives "no país onde os homens são só até ao joelho
tu que sabes onde "há praças onde esculpir um lírio
zonas subtis de propagação do azul
gestos sem dono barcos sob as flores"
tu, que és "um homem, um poeta, uma máquina de passar vidro colorido, um copo, uma pedra" e que por tudo isso ou por nada disso
sentado ficaste para perder todos os eléctricos DELE porque os teus eléctricos "estavam perdidos por natureza própria"
e ainda assim, "o irresistível anseio de viajar/um só movimento trabalhado à mão".
tu, que tens a ciência dos navios e dos espelhos
tu, pintor,
às cinco da manhã de hoje terás gritado como outrora o fizeste na Pastelaria:
afinal o que importa é não ter medo (...)
fechar os olhos frente ao precipício
e cair verticalmente no vício
por isso
"hoje venho dizer-te que morreste e que velo pelo teu corpo
no meu leito (...)
mas tu ainda não sabes até que ponto morreste; vais até
à janela, aspiras com cuidado o oxigénio que o espaço
te oferece, apontas rindo a meiga criatura que pela rua
arrasta a sua condição de animal fulminado".
homenagem a Mário Cesariny, poeta, pintor, e muito mais, que morreu hoje, dia 26 de novembro, com 83 anos.
excertos de poemas retirados de: Cuadrado, Perfecto E. (1998) A única real tradição viva- antologia da poesia surrealista portuguesa. Lisboa: Assírio & Alvim. à excepção de um excerto retirado do poema "Pastelaria",que não está na antologia referida.
tu, que me disseste um dia "ama como a estrada começa"
tu que fazes o "exercício espiritual" de "dizer rosa em vez de ideia", de dizer "azul em vez de pantera", de "dizer o mundo em vez de um homem"
tu que vives "no país onde os homens são só até ao joelho
/e o joelho que bom está tão barato"
tu que sabes onde "há praças onde esculpir um lírio
zonas subtis de propagação do azul
gestos sem dono barcos sob as flores"
tu, que és "um homem, um poeta, uma máquina de passar vidro colorido, um copo, uma pedra" e que por tudo isso ou por nada disso
sentado ficaste para perder todos os eléctricos DELE porque os teus eléctricos "estavam perdidos por natureza própria"
e ainda assim, "o irresistível anseio de viajar/um só movimento trabalhado à mão".
tu, que tens a ciência dos navios e dos espelhos
tu, pintor,
às cinco da manhã de hoje terás gritado como outrora o fizeste na Pastelaria:
afinal o que importa é não ter medo (...)
fechar os olhos frente ao precipício
e cair verticalmente no vício
por isso
"hoje venho dizer-te que morreste e que velo pelo teu corpo
no meu leito (...)
mas tu ainda não sabes até que ponto morreste; vais até
à janela, aspiras com cuidado o oxigénio que o espaço
te oferece, apontas rindo a meiga criatura que pela rua
arrasta a sua condição de animal fulminado".
homenagem a Mário Cesariny, poeta, pintor, e muito mais, que morreu hoje, dia 26 de novembro, com 83 anos.
excertos de poemas retirados de: Cuadrado, Perfecto E. (1998) A única real tradição viva- antologia da poesia surrealista portuguesa. Lisboa: Assírio & Alvim. à excepção de um excerto retirado do poema "Pastelaria",que não está na antologia referida.
A Peste
"Quando rebenta uma guerra, as pessoas dizem: "Não pode durar muito, seria estúpido.". E, sem dúvida, uma guerra é muito estúpida, mas isso não a impede de durar. A estupidez insiste sempre e compreendê-la-iamos se não pensássemos sempre em nós. Os nossos concidadãos, a esse respeito, era,m como toda a gente: pensavam em si próprios. Por outras palavras, eram humanistas: não acreditavam nos flagelos. o flagelo não está à medida do Homem; diz-se então que o flagelo é irreal, que é um mau sonho que vai passar. Ele, porém, não passa e de mau sonho em mau sonho são os homens que passam e os humanistas em primeiro lugar, pois não tomaram as suas precauções. Os nossos concidadãos não eram mais culpados que os outros. Apenas se esqueciam de ser modestos e pensavam que tudo era ainda possível para eles, o que pressupunha que os flagelos eram impossíveis. continuavam a fazer negócios, preparavam viagens e tinham opiniões."
p. 42 de Camus, Albert (2006) A Peste. Lisboa: Livros do Brasil.
Thursday, November 23, 2006
não fui, mas vou
Passeio do Descontentamento
se é um passeio
eu também quero ir
se é uma passeio para pavonear descontentamentos
eu também tenho uma lista negra de coisas para passear pela trela
se é preciso levar a farda da função
eu também tenho uma.
eu e a/os restantes portuguesa/es.
Apelo:
Vamos toda/os passear-nos, descontentes, pelas ruas de Lisboa!
(coitadas das ruas de Lisboa, nem este dia é diferente para elas).
"os assuntos sérios não se resolvem na rua", disse o senhor Secretário de não sei de quê.
resolvem-se aonde, meu bom senhor? na Assembleia? por baixo da mesa? ao telefone? pois é... as ruas e o ar (poluído) são dos bens públicos que ainda restam ao cidadão. talvez se os tais "assuntos sérios" fossem tratados nas ruas, se resolvessem.
eu também quero ir
se é uma passeio para pavonear descontentamentos
eu também tenho uma lista negra de coisas para passear pela trela
se é preciso levar a farda da função
eu também tenho uma.
eu e a/os restantes portuguesa/es.
Apelo:
Vamos toda/os passear-nos, descontentes, pelas ruas de Lisboa!
(coitadas das ruas de Lisboa, nem este dia é diferente para elas).
"os assuntos sérios não se resolvem na rua", disse o senhor Secretário de não sei de quê.
resolvem-se aonde, meu bom senhor? na Assembleia? por baixo da mesa? ao telefone? pois é... as ruas e o ar (poluído) são dos bens públicos que ainda restam ao cidadão. talvez se os tais "assuntos sérios" fossem tratados nas ruas, se resolvessem.
comentário à manifestação de militares, a que os militares, numa operação de cosmética chamaram "passeio do descontentamento", e que foi considerada ilegal, por parte do governo civil de lisboa.
Tuesday, November 21, 2006
o tempo de antena é da exclusiva responsabilidade dos intervenientes
Escrileituras
18h-foyer do Teatro Académico de Gil Vicente (TAGV), Coimbra
entrada livre
leitor: Eduardo Pitta
texto: Sinais de Fogo
escritor: Jorge de Sena
Amor esquizofrénico ?!
Carta de Fernando Pessoa a Ophelia Queiróz
1929
"peço desculpa de a arreliar.
Partiu-se a corda do automóvel velho que trago na cabeça, e o meu juízo, que já não existia, fez trr-r-r-r-r-r-r-r-r-r-r-r.
(...)
Mas se o bebé desse beijinho, o ibis aguentava a vida um pouco mais dá? lá está a corda partida -r-r-r-r-r-r-r-r-r."
Pessoa, Fernando. Cartas de Amor. Lisboa: Edições Ática.
8 a.m.
H a b i t u a r o c o r p o
a o h á b i t o d e o v e s t i r
d e t o d o s o s d i a s
rita al.berto
homenagem extemporânea
Agradecimento:
no dia 25 de Abril faleceu, em Portugal, Medo de Falar, que contava 48 anos de idade.
Sua esposa, Maria Medo da PIDE, seu filho Medo de Tudo, seu pai Medo do Catano e demais família agradecem a quantos se dignaram acompanhá-lo à última morada no passado dia 1º de Maio.
Portugal, Maio de 1974
Tratou Agência Funerária M.F.A (em parceria com a Borralho)
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